É melhor começar por algum lado
Suspendi o regime de visitas. Fartei-me. Do desrespeito juvenil criado pela situação, contra o que sou, pessoa e pai. Já não me admira, no entanto, a indiferença da tutora face a esta situação. Vejo, agora, o mais velho com maior frequência, porque é ele que quer estar comigo. Já me telefona a marcar encontros e jantares. Antes, só criava dificuldades nos dias das visitas. Da última vez, obrigou-me a esperar uma hora e, depois, anunciou que não me acompanhava, porque tinha acabado de combinar, pelo “messenger”, outra coisa, com os amigos. A tutora ilibou-se de toda e qualquer responsabilidade. Seja, estou só com este problema. Há que tomar uma atidude. Acaba-se já com o regime das visitas, sou pai, não sou palhaço nem marioneta na mãos de duas crianças, tenho amor, muita paciência, mas há sempre uma altura em que dizemos “basta! Assim não dá!”. A pequerrucha, que mais cumpria, agora só muito raramente está disponível. Aquele desalmado gosto pelas novelas relega o pai lá para um plano muito inferior. Até o Tommy, o cachorro golden retriever, deve ter mais atenção. Como se não bastasse, a filhota tem sempre coisas combinadas para os fins de semana. Tento imaginar-me se ela vivesse comigo. Incentivava-a a convivier com os amiguinhos, respeitando o tempinho de estudo, até porque isso a afastava (… ou não?) da televisão. Ao fim do dia, tentaria tirar uns nabitos da púcara. “Então, foi engraçado? Do que mais gostaste?”. Pois, faltam-me, agora, estes nabitos. Por vezes, lá acede a lanchar comigo. Mas no café do prédio onde mora. E já percebi que há uma horita limite. Parece-me que, depois das 7:00, fica impaciente e se levanta, para regressar. Será mais uma telenovela da moda, ou um desenho animado? Pois, não sei mesmo nada. Gostava de tirar isto a limpo. Que diabo, mas como? “Ó pá, já te vais pirar de mim lá para cima? O que lá há mais importante do que eu?”. Ora, estas perguntas não se fazem … ou fazem-se? Pois, as palavras escolhem-se. “Porque vais já? Tens algum compromisso especial?”. Mas, desde a separação, a gajinha é muito de segredinhos, ocultações e mesmo mentiras. Amor, amor, a quanto obrigas. Fico com a sensação de que segue instruções. Paciência, quando depositar mais confiança em mim, este probelma não se porá. Mas com ele está a ser diferente. Tem vindo a ficar tão íntrínsecamente honesto comigo. De repente, foi-me dando provas disso. Como lhes tenho tanta amizade. E me fazem tanta falta.
1 Comments:
São mesmo aborrecidas estas situações de se ser pai ou mãe com hora marcada e sem noção do que os interessa/motiva no dia a dia deles...
Coragem Pai....
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