Monday, March 14, 2005

Chegará?

O ZL e a E. Ela, tinha sido nossa (minha e da Mãe) colega de faculdade. Gosto deste “gajo”, o ZL. Fico a conversar com ele, durante horas. Conversas de serrar presunto, com gosto. Coisas de trabalho, das rasteiras e sacanices que a vida profissional nos prega. Ah, e rimo-nos dos politicos, dos ordenados de muitos milhares de euros, mais alcavalas e mais carro de empresa, nos tachos que alguns arranjam. Sempre com um humor que, de tão corrosivo, até avariámos o Metro, na última vez em que nos encontrámos. O que, também, foi motivo de galhofa, contra a qualidade dos serviços de transportes públicos a que temos de recorrer. Galhofa contagiada aos restantes “desgraçados” que, connosco, ficaram encurralados. E adoro conhecer-lhe as aventuras, quando vai de férias, mais a famelga, para esses destinos exóticos. Ele é vela, pesca, todo um mundo de coisas engraçadíssimas. Aliás, o ZL é engraçadíssimo. E os filhos, os dele, já vão alinhando em algumas das aventuras (destemidas … destemidas) deste pai bem disposto. Um dia, já eu tinha o Meu, e a planearmos ter a “Minha”. Ele, já tinha os dois, um e uma. Mas, havia uma dúvida de pai que me assaltava. Nesse dia, ao sairmos do combóio, ele deu-me uma boleia, foi buscar um à escola e, a pequenina, aos pais, gente amorosa. Afinal, ele tem a quem sair. Na viagem, perguntei-lhe, “ZL, como é, isso de ter dois, como é que o amôr chega para todos?”. Ele sorriu-se, com aquele sorriso lindo, calmo, de quem gosta da vida, que só a ele conheço. Disse-me, “Também pensei nisso. Cresce, chega para os dois e, às vezes, para mais”. Fiquei desconfiado. Depois, percebi.


Segunda, 14 de Fevereiro de 2005. Ontem foi dia 13 e, safei-me ou, pelo menos, não dei por me ter acontecido qualquer azar. Por enquanto … por enquanto. Até não sou supersticioso mas, por malditas coincidências, acontecem-me sempre desgraças no dia 13. Seja ele, ou não, uma sexta-feira.

6 Comments:

Blogger Maria João said...

Olá outra vez, "Pai".

O seu amigo falava-lhe daquilo que eu falava na sexta - é a qualidade elástica do coração dos pais - vai crescendo para alojar amor para todos os filhos - é exponencial! Mas já não lhe devo estar a dar novidade nunhma, pois não?

:º)

12:14 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Pois, Maria João, agora não é novidade, mas foi o seu post que me fez lembrar, com alegria, esta história ... "existencial" ....
Obrigadão. Curioso, um dia vinha no combóio, a pensar cá com os meus botões, e deu-me umas saudades da filhota pequenita, e dum bébé em casa. Quando cheguei a casa, contei-o à Mãe que, por essa altura, já não podia ter mais filhos. E lembro-me da resposta dela, "Pois olha, agora, só se fôr adoptado". O mais engraçado, foi o de não ter dito "que não".

1:45 PM  
Blogger Maria João said...

Não tem de quê.
(Ou não tens de quê (tratou-me por tu no meu blog e eu tratei-o por você - não é por mal, nem para manter distâncias, é falta de jeito; pode ser por "tu" , nas calmas :º) )
Ora aí vai o meu comentário: boa resposta a dela.
Sabes que a adopção éuma coisa que nunca me fez confusão. Acho um gesto da maior nobreza - aliás, quase me atreveria a dizer, não fosse o caso de ser mãe biológica -que é talvez um acto de um amor maior o de adoptar uma criança, acolhê-la na casa de família, dar-lhe amor e felicidade. Ou, não sendo um amor maior, um amor ainda mais nobre.
Tenho uma amiga que está a tentar engravidar ha imenso tempo e um certo dia chamei à baila a possibilidade de adoptar - resposta foi um não, redondo, assim, sem mais. Olha, fez-me confusão. Não é para todos.

Agora que falei disto, vou ali ao meu blog, porque isto da adopção já me está a fazer os dedos "fervilhar"! :º)
Vou espicaçar as mentes blogueiras... já cá venho.

Até logo!

3:05 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Força nesses dedinhos, menina. Obrigado

10:44 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

P.S.
Tens razão, é "tu".

10:45 AM  
Blogger Maria João said...

Olá, hoje estou meia tristinha. Amanhã prometo que vou dedicar um tempinho ao assunto adopção.
Fica prometido.

Até logo,

1:58 PM  

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