Sunday, February 20, 2005

Partir

Era para estarmos. Conversa de amigos. Ele, bem mais novo. Eu, nem tanto. E falarmos de tudo, dele, de mim. Cuidei das horas porque, à sexta, pode ser o fim. Horas de ponta, tudo e todos, contra todos. Como aqueles, coitados, esmagados, uns nos outros, impedindo-me o descanso para mais este encontro. Agradeci à sorte por não me ter ali. Ah, foi boa a prudência, a de sair mais cedo. Até cheguei a tempo de o chamar, “olha, já estou aqui”. “É só um bocadinho” e eu, fui comendo, lendo, bebendo. Hum, já passou tanto tempo. Parece que, hoje, não vão haver, nem encontro, nem conversas, nem amigo. Mais tarde, ligou-me, perdido, soou-me, de dôr,“perdoa-me, muito, perdoa-me por favor”. Sosseguei-o, não te procupes, foi uma pena mas, não fiques assim, não te quero infeliz. Não ligues, não foi nada. Olha, amo tu, muito, meu amôr. "Amanhã, talvez, logo se vê”. Ah, perdoar, a um filho? Sempre! Mas o quê?


Saudades, Sexta, 18 de Fevereiro de 2005

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