Relato
Como não atendia, lá foi um SMS, “Olá, como estás, pensei em ti. Beijos do Pai”. Um toque, seria do Filhão? … não, era da Filhinha. Arfava, “Olá Pai desculpa não ter atendido mas estava com o sangue”, disse num fôlego. Percebi, estava a estancar uma hemorragia, tinha as narinas tapadas, respirava pela boca. Entrei em ansiedade. Respirei fundo e perguntei-lhe, “Podes falar, ou é melhor deitares-te mais um bocado? “Não, pai, já parou. Olha, pai, como estás, estás bem?”, “Agora estou …”, riu-se, “ … e tu, o que fizeste na Terça?”, “Fomos a casa da avó …”, “e o avô, já está em casa?, “… ainda não pôde vir”, respirou, “… estavam lá os tios e os primos, a tia J não estava, porque ficou no Algarve, e tu, onde foste?”, dei-lhe tempo, “à Praceta”, “… foi giro, perguntaram por ti e pelo teu irmão. Éramos 30, e gostei muito, foi no J”, “… era para ser no ZC, mas não cabíamos”, “ … 30? … a F … (mulher do J) devia estar muito zangada …”, “… não me pareceu, se tu visses o que as mulheres beberam …”, “… o que vais ter hoje?”, “… estudo acompanhado e o trabalho de campo …”, “… o do tubarão branco?”, “sim, olha Pai, estou a ficar atrasada …”, “... isso é que não, olha, um beijinho muito grande e muito bom dia”, “… também para ti, Pai”.
Hoje, estou aqui. Quinta, 10 de Fevereiro de 2005.
Hoje, estou aqui. Quinta, 10 de Fevereiro de 2005.
2 Comments:
Estar.
É o mais importante.
Não perseguir, não "andar atrás".
Mas estar.
Presente.
É muito, muito importante.
Força!
É isso mesmo Nuno, é isso. Obrigado.
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