Monday, April 18, 2005

Em viagem ...

Gosta de dizer o que pensa, o muito mau, o viperinamente mau, ou o bom, nos dois minutos que medeiam a origem e o destino de qualquer viagem tripulada. Ou seja, no carro. Por vezes, antes da despedida, lá ficamos meia hora. Chorrilho de acusações, que oiço pacientemente e, no fim, agradeço. É importante saber o que, de bom ou de mau, lhe vai na alma. E ter muita, mas muita, paciência.

Desta vez, embarquei-o para um cineminha. O segundo econtro da semana. Ataca o "adolescente". Será em Cascais e não no Carrefour, porque "EU" estava mal vestido. Roupa de "velho", com um "pullover" "gay". "Não acho", retorqui. Tinha vergonha de que os amigos o vissem comigo. Tretas, pensei, tu tens é vergonha de que te vejam, mais essa aversão em reencontrar conhecidos da escola ao domingo. "Passamos por tua casa e vou vestir-te". Não podia ser, faltavam 15 minutos para o filme, numa viagem de 10 e fila na bilheteira. Ameaçou-me de que não via o filme. Queres que te leve para casa? Não. Dois segundos depois, "Vira aí para a casa (onde eu moro), para escolhermos outra roupa". Não dá, repeti. Na viagem, pedi-lhe para me actualizar o calendário dos novos testes. Recusou-se. Não gostei. Em chegados, pretendeu que vestisse um blusão impermeável, deveras quente para ambientes que já o são. Recusei, e despacha-te porque não temos tempo. Recusou-se, ficou junto do carro. Abalei, comprei o bilhete . Vi o filme (excelente) e, à saída, telefonei-lhe. Há uma hora que estava junto ao carro, a apanhar frio, porque já não havia nada mais para ver no centro. Podias ter ido ver televisão, numa das mesas junto aos restaurantes. Manifestei-lhe o meu agrado pelo filme, e de como lamentei a sua recusa. Entre dentes, mencionou o preço de 300 euros para um "i-pod". Que roubo, disse eu, que não, disse ele, vale o que pedem.
Já defronte à porta onde vive, uma ameaça: "Ou vendes a casa dentro de duas semanas, ou farei com que sejas obrigado a vendê-la num mês, de maneira a que fiques com nada". Não me importo, respondi e sorri. Bateu com a porta do carro, foi-se embora. Pois é, Filho, gosto muito de ti, por isso, não me magoas. Estás a precisar de um pouco mais de "estrutura", para essa birras e vontadinhas que queres impor com explosões. Cá estou eu. Já vi que terminou o teu estado de graça pascal. É pena, o meu, ainda por cá anda. Vou esperar, para to dizer, que amo-te sempre muito, e que são muitos os momentos em que tenho orgulho de ti. Por isso, o que me pedires e quando mo pedires, fá-lo num desses momentos. Um beijo, Filhão.

73 Comments:

Blogger Anna^ said...

Estou a ver que isso não correu da melhor maneira...raio de idade,querem ter sempre razão...mas isso passa...e com o Amor que tu tens para dar e vender,e uma boa dose de paciência,tudo se resolve!
Uma boa semana TSuP :)

Bjokas ":o)

10:08 AM  
Blogger Karla said...

Ai credo, quanta paciência tem de ter um pai... é certo que o Amor tudo supera, mas tu és um pai EXTRAORDINÁRIO!! Um beijinho :)

10:41 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Anna,
Nem é bom, nem é mau. Olha, até fiquei com um sorriso. Prefiro que ele exteriorize a raiva, por palavras, mesmo que sejam destas, em vez de as pensar e engolir. Isto, eu gosto muito, no meu filho. Sei quando me tem raiva, quando me tem ternura. É bom. Saber.
Obrigado, e beijinho.

10:59 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Karla, olá. Já houve tempo em que me indignava, me magoava. Agora, sorrio. Ser Pai, é uma caminhada.
Obrigado, beijinho grande.

11:01 AM  
Blogger Jolie said...

Olá!

Realmente a adolescência da qual nem tenho saudades da minha nem ansio a da minha filha. Enquanto pais até sabemos que aquilo é quase e só da boca para fora (e antes dizer que guardar para ele) mas também é preciso ter uma boa dose de calma e de paciência para o tolerar.

Mas acho que realmente soubeste lidar e perceber muito bem a situação. Espero também eu quando chegar à minha vez saber fazê-lo assim tão bem.

Beijinhos
Sandra

11:05 AM  
Blogger Maria João said...

Olá, Pai.
Outra aula.
É melhor começar a precaver-me com o stock de paciência... pode ser que na minha altura, haja já em cápsulas - tomam-se mais depressa e entram mais depressa na circulação...
Paciência, é só o que te digo.

Fica bem!

11:25 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Sandra,
Não há que temer. É preferível estar "mais ou menos preparado". Sabendo o que aí vem, e para o que der e vier.
Beijinho grande.

11:43 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

SAR Mary John,
Ah, isso das cápsulas seria uma boa ideia. Para já, tenho que recorrer ao talho. Ver aquelas facas a voar e a cortar, põe-me ser no lugar certo a fila.
Beijinho grande.

11:47 AM  
Anonymous Anonymous said...

um bocadinho deslocada nestas temáticas... já que os filhos continuam em fase de "projecto"... ... ainda assim, delicio-me sempre com estas aventuras e desventuras familiares...
São sem dúvida demonstrações exemplares de entrega.. de perseverança .. paciência.. e de investimento paternal no mínimo invejável!!!

Beijos meus, Valentina

12:10 PM  
Anonymous Anonymous said...

Sobre a tua infinita paciência já todos falaram.
Quanto ao iPod o teu filote tem toda a razão!
Aguela maçã dentada é mesmo excelente! Apple é Apple e o resto é paisagem!
E se quiseres surpeendê-lo consigo um melhor preço!
Beijos,
EP

1:11 PM  
Blogger Eva Lima said...

É o que eu digo: as hormonas são deles mas nós é que levamos com elas!
Cá em casa há de tudo, voz elevada, chantagem, ameaças, vale tudo...passados 10 minutos estão um docinho, e não foram à discoteca/sair/sei lá/ na mesma!
Cá em casa há democracia só que eu e o paisão temos direito de veto!!!!

1:37 PM  
Blogger Alda Benamor said...

Ui... e eu que também fui uma adolescente com 'mau feitio' nem quero pensar no que me espera quando as minhas lindas crescerem!...

Bjs
Alda

2:00 PM  
Blogger LP said...

Ai... que eu não quero chegar a essa fase. Mas que bem que tu consegues compreender o teu filhote. Quem me dera ser assim quando chegar lá!

Obrigada pelas lições que nos vais dando. És realmente um PAI fantástico.

Beijinhos grandes

3:55 PM  
Blogger AnaBond said...

Ai.. se um dia tiver de passar por isso, pelo menos irei lembrar-me da tua experiência e pode ser que também consiga sorrir no final...

:)

4:04 PM  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

Pois... devo ser eu q sou muito má, ou n percebi o texto... :( mas enquanto um filho n perceber q a casa de um pai ou mãe é algo de sagrado, ou até certos temas - não vejo como pode perceber se o iPod vale mesmo alguma coisa...
Pude "observar" muita coisa comigo e com o meu mano e enquanto um jovem n percebe que o limite q está a testar n é mm p ultrapassar, nada feito...

Mas pronto... isto já meter o nariz onde n devo... n me batam...

6:17 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Querida Raquel,

Não, ninguém, óbviamente, te bate. Isso não se faz. E tens razão, o rapaz anda com o "estribo nos dentes". Não é a primeira vez, não será a última.

E sabes que mais disse, para completar a "ameaça"? Que ia ao tribunal declarar que não queria estar mais comigo.

A idade propicia estas explosões. Ainda não medem a força nem o tacto das palavras ou decisões. A qualquer disputa, investem com violência, maior ainda se não obtêm o que querem. Há que acalmar a fera, sem ceder aos seus caprichos. Em vez de entrar em disputas que deixem feridas abertas. Nem em ultimatos que se tornam humilhantes para o Pai.

Depois, há a situação da separação. O que lhe dá a sensação de maior liberdade em pôr e dispôr dos pais. E de poder para manipulá-los.


Afinal, a um Pai, não bastará dizer "Não!". Terá de fazê-lo sem perder a cabeça, nem impor a força física, face às reacções descontroladas que se seguem. Porque é isso que este filho adolescente procura, quase sempre.
E é importante não mostrar o receio de perder o, já de si pouco, contacto com o filho.

A relação Pai / Filho nesta situação e nesta idade, poderá envolver longos períodos de afastamento. Já os sofri e continuarei a sofrer. A cada birra do "menino", corresponde a sua represália emocional. Que até lhe serve bem, pois facilita a sua batalha contra qualquer forma de autoridade. Afinal, ele é livre de o fazer, porque o Pai não o quer nem o pode levar acorrentado, e a Mãe prefere reservar as suas armas para os conflictos dentro de casa. Não as vai utilizar para o educar na relação Pai / Filho.

É a realidade nua e crua. E é com ela que temos de viver.

8:23 PM  
Anonymous Anonymous said...

Querido TsuP - desculpa o anonimato do comentário - tenho dois irmãos com que não vivi. Filhos de uma separações em que as batalhas para ganhar um filho n se travam em nome do amor mas sim do egoísmo. Uma daquelas situações que se lêem nos livros.

E eu tornei-me mais tarde, na terceira criança - primeira de um segundo casamento - na esperança de alguém q tinha perdido tudo na vida - pq ficar sem os filhos pode ser morrer. Tornei-me na compensação que acabei por não poder ser pq ninguém compensa ninguém. Tornei-me em tudo e em nada.

Conheço a história toda e por vezes sinto que nc a entenderei totalmente.

Se eles não fossem apenas meus meios-irmãos e sim meus irmãos, se um dos pais não estivesse já completamente dilacerado por um luta de que desistiu logo de início por medo de fazer mais mal ainda aos seus filhos... talvez eu fosse mais feliz agora.

Tornei-me na criança de um ser amargurado que nc se esqueceu do passado, e a quem por vezes tenho que perdoar pq senão tb nc me perdoarei a mim por desperdiçar a minha vida diariamente...

Se o egoísmo n tivesse imperado, agora tudo seria diferente. Eles, eu, o ser q é o nosso elo...

.....
Há 'maçãs' - ao contrário de outras... - que são como as q a branca de neve trincou... adormecem-nos os sentidos...




Força e um beijinho,
A.

8:37 PM  
Blogger andorinha said...

Pelo que tenho lido és, de facto, um GRANDE pai.Parabéns. Não tenho filhos, mas acredito que deve ser extremamente complicado lidar com eles nesta fase.
Mas o amor supera tudo,né?:)
Beijinho

11:00 PM  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

Querido TsuP,

Gostava de saber dizer a coisa certa p uma situação como essa.

Uma certeza eu tenho... se já é complicado lidar c um adolescente - e deves recordar-te de como tu próprio serias... pq eu me lembro de mim e se n era nenhum "mostrengo" tinha pelo menos a crença de q muitas das minhas verdades eram perfeitas - imagino um adolescente filho de pais separados...

Eu reparo na vontade q por vezes a I. tem de vir para aqui... Embora ela passe bastantes horas com o papá (janta sp em casa da avó com ele, etc) em termos de estar aqui em casa não é assim tanto tempo, e o pouco que está é um tempo mt mais solto, n só pq o papá n é tão rígido em determinadas coisas como eu tb sou um bocado mais "distraída" que a maioria das mulheres...

Já me sucedeu ouvir que "vocês blá blá blá que em casa da minha mãe"... e claro que fiquei com os cabelos em pé... não pq fosse algo mau, pq p ela era excelente, mas pq talvez eu andasse "distraída" demais - mm sem me meter na educação dela... :X (tratei de tentar dar uma voltinha à situação e sentir-me menos má por tomar certas opções).

Eles são uns ratões... topam tudo. Mm aquilo q nós pensamos que não toparam...

Uma beijoka de boa noite e uma grande dose de paciência e corajem, para ti e para todas as pessoas q aqui vêm e têm problemas idênticos..

11:21 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Anónima,
Obriagdo, antes de mais, pelo que escreves e partilhas.

Para mim é importante conhecer sempre experiências, quer as boas, quer as más.

O que contas deixa-me comovido e apreensivo.

É verdade, a ausência dos filhos pode matar um pai.

Não que isso aconteça, necessáriamente. Mas dói, porra, e muito, a indiferença e o comodismo infantil deles. Mesmo compreendendo que os Filhos não percebem, muito bem, essa dor. Afinal, nem a maior parte dos adultos e pais não separados se apercebem.

Tenho a certeza de que foste, também, muito amada por quem tanto sofreu.

Um beijo, e ... sempre, muito obrigado.

TsuP

9:13 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Querida Raquel,

Essa dualidade de situações, e a referência ao que se faz e não faz em casa da mãe é ... constante.

Com muita mentira, ou omissão, á mistura, no que refere a trabalho e ajuda nas lides domésticas.

Mas tanto o pai como tu, têm a vossa própria visão do que é bom para uma criança, e de como querem aproveitar os momentos em que estão com ela.

E não me parece que te estejas a sair mal. Afinal, és a maninha mais velha da pequerrucha.

Beijinho grande.

TsuP

9:17 AM  
Anonymous Anonymous said...

Estive a ler os últimos posts que ainda não tinha tido oportunidade.
Estás em grande meu amigo!
Crescendo literário evidente, mais soltura (salvo seja!) mais leveza, mais humor, mais... mais "tu"!
Foi um prazer, ou melhor, é sempre um prazer mas desta vez foi maior!
Um abraço do
Vizinho

11:49 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Ena, amigão, quem tem Vizinhos assim, de que mais precisa?
Um grande obrigado!
TsuP

12:32 PM  
Blogger Mae-babada-cosmetica.blogs.sapo.pt said...

mas também és lixado!!

3:08 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

????????? ... porquê? ...

4:03 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

... mãe babada ... achas? ... talvez seja ... e o que farias ... como farias?

9:09 AM  
Blogger AnaBond said...

Depois de ler aqui alguns comentários, ainda me lembrei de vir dizer outra coisa.

Não sei se alguma vez mostraste este cantinho aos teus filhos, mas acredito que à conta do que tu relatas, eles não devem conhecer.

Mas eu acho que um dia mais tarde, talvez depois do teu filho passar pela experiência de ser pai, e se por acaso a vossa relação ainda existir (faço votos por isso), acho que devias de lhe dar a conhecer esta vossa 'faceta', estas vossas histórias, esta maneira de tu veres a vossa relação.
Agora ele não entende, está na fase mais complicada da nossa vida onde um telemóvel ou um ipod pode significar um grande estatuto entre os amigos, mas um dia mais tarde vai conseguir compreender muita coisa da sua vida, e da tua vida.

Não imagino o que é passar por um divórcio, não sei o que é ser filha de pais separados. Sei sim o que é ser orfã de pai aos 15 anos, mas sempre consegui passar a fase da adolescência com poucos problemas (felizmente para a minha mãe). Mas conheço quem tenha sido filho de pais separados e sei que há muitos rancores. Quando somos teenagers não compreendemos como é que os nossos pais se podem separar e isso por vezes traz alguns dissabores.

Espero que o teu filho um dia possa ver o pai maravilhoso que tem. Porque pelo menos tem um pai com quem pode falar, sair, desabafar se necessário... mas tem um pai presente que o ama. Não vê isso agora, mas um dia vai olhar para trás e até acredito que vá ter vergonha das coisas que disse... por vezes a adolescência 'is a bitch' (desculpa a expressão, mas acho que é a mais indicada).

beijo

9:51 AM  
Blogger Fernanda said...

TsuP: Que mais há a dizer? Acho que já foi tudo dito...
Eu só desejo nunca ter de passar por uma situação dessas, e se o passar, que Deus me dê a calma e presença de espírito que tu demonstras ter.
A adolescência é a fase da "prateleira" como mtos a chamam. Por causa dessa fase afastei-me (ou ele afastou-se) do meu cunhado - tinha 10 anos quando o conheci, e durante 5 anos erámos inseparáveis. Dp chegou a "bendita" fase... ele mudou radicalmente, tornou-se num miudo fechado, calado, revoltado. Afastou-se de nós (de mim e do meu marido). E eu fiquei magoada. Não comsegui digerir o afastamento. Agora já fez os 20. Melhorou. Mas nunca mais foi a mesma coisa.
Olho para esta situação que me atingiu pessoalmente e peço a Deus que a "fase da prateleira" do meu filhote não se assemelhe em nada à do meu cunhado, pois isso vai doer-me mto!!!
Até lá tenho ver se começo a comprar dessas cápsulas que falaram aí atrás! ;))
Um abraço e mta força!
~º(",)º~
Fernanda

10:10 AM  
Blogger Unknown said...

Não fosse eu uma mulher comprometida, propunha juntarmos os trapos, e deixavas os bons pares de lambadas por minha conta.
Que pai tão paciente.
Com calma venho ver o resto das assoalhadas cá do sitio.

10:15 AM  
Blogger Euroafricana said...

"Ser Pai, é uma caminhada" , Retive essa expressao! tao bonita verdadeira.
bjos e tem um bom dia!

10:26 AM  
Blogger Mãe Babada said...

realmente a adolescência dói....
É preciso muita força para ouvir certas coisas, não é?

Invejo a calma que hoje tens, e a tolerância para com estas situações.
O respeito é muito bonito, já dizia o meu pai...
Eu sei q tudo passa, mas confessa que no fundo isto tudo magoa lá dentro,n é?

um Abraço

1:26 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Mãe Babada,

Estas palermices já nem me doem e, apesar de esperar a todo o instante coisas destas, vou-me surpreendendo.

Noutros momentos que não estes, também existem coisas muito boas. Como tudo, na vida.

Olha, até me fica este sorriso de malandrice, por ver que ele jogou forte no que mais me poderia magoar, e não o conseguiu.

2:35 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Yulunga,

Os "estalos", irá apanhá-los sempre, mais tarde ou mais cedo, com outras formas e tamanhos.

Para ele, já foi um "estalo" perceber que existem outros limites no que quer e como os quer "impor" ao Pai. E que as "tácticas" aprendidas fora de casa não se aplicam infinitamente.

Com calma e sem pressas, lá irão mais "estalos".

2:40 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

anabond,

Os Filhotes não conhecem e, espero, que nunca venham a conhecer, num futuro próximo, este meu "de dentro para fora".

Bom, quanto aos rancores, acredito que as crianças não tenham rancores, apenas desesperos e receios, face á autoridade que os limita e às expectativas que não se relizam.

Enfim, um presente diferente daquele em que se projectam e ambicionam. Numa palavra, um misto de sonho, frustação e dor. Sempre presentes no crescimento da alma.

3:04 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Fernanda,

A "revolta" é uma coisa boa, é da idade. E prolonga-se por mais idades. Esta "revolta" juvenil mudou e continuará, mesmo que disso não nos apercebamos, a mudar o mundo. Por isso, não convém "calá-la". Deixemo-la "falar" e "gritar".

3:07 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

euro,

Obrigado. Tenhamos nós tempo de curar as entorses e os ossos partidos, nos buracos em que, por vezes, caimos, ao longo desta viagem.

3:09 PM  
Blogger Unknown said...

Tsup...

olá conheci este cantinho atravez do blog da fernanda carvalho.... (beijinhos linda) e acredita que adoraria que o pai do meu filho tivesse só um bocadinho do amor que tu tens pelos teus filhos... ,Ele não lhe paga penção de alimentos ,não o vê, chega a estar 1 ano sem ligar nem que seja estás vivo filho????

Tanto que ele quase que não o considera pai a ele , mas sim ao meu actual marido... ten sido ele que o criou desde os 4 anos de idade, é ele que lhe ralha quando é preciso, é ele que lhe ajeita os cobertores quando está frio...

Pareces ser um pai á maneira...

E eplo que me apercebi és dos algarves???? ou estou enganada????

Eu vivo actualmenyte em lagoa(algarve)

beijinhos e muita paciencia para a tal idade do armário.
sandra

11:42 PM  
Blogger dinorah said...

Só e apenas para lhe deixar um beijo. fiquei a pensar no comentário que fez no meu post... gostei.

12:34 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Sandra "Sandy",
Obrigado pelo que contas. Torna-me menos amargo.
Eu não sou do Algarve. É-a a família por parte da minha mãe. Boa gente, gente marafada, mas muito boa gente ...

10:37 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

dinorah,

Obrigado pela visita. O teu post é que me fez pensar. Ainda bem.

Beijinho grande.

TSuP

11:22 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ser pai, só, divorciado e acusado pelos filhos de todas as injustiças do mundo, é duro.


OLHA, DEIXA-TE DE LAMURIAS, E SÉ UM SUPER PAI

APROVEITA O QUE SABES, E AJUDA OUTROS PAIS, QUE NEM PODEM VER OS FILHOS, NESTA SOCIEDADE PRÓ-MULHER ..
E ANTI-CRIANÇA
( LÁ VEM BOMBA .. QUE SE LIXE . )

http://paissuper.blogs.sapo.pt/
SUPER PAIS

http://paissuper.blogs.sapo.pt/
.

2:41 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Super,

Conheço a realidade de alguns desses Pais. Bolas, ao pé deles eu seria uma pessoa de sorte. Só que não sinto sorte nenhuma.

Mas, atenção, se é verdade que são os homens a sofrer mais com esta situação, acredito que existam, também, muitas, mas mesmo muitas mães, a passar pelo mesmo.

Sendo verdade que a regulamentação do poder paternal favorece as mães, não acho que se deva investir contra isso, mas sim contra as situações de verdadeiro rapto que ocorrem no dia a dia.

Vou ali visitar-te.
Um abraço, e até já.

TSuP

7:51 AM  
Blogger Unknown said...

TSUP, satisfaz-me uma curiosidade: A mesma paciência que tens com os filhos também se estende ao "bicho" mulher?

10:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

Yulunga... será que também eu vou ver saciada a (mesma) curiosidade??

Valentina

11:51 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Caras Yul e Val

... a vossa pergunta mexe comigo.
De tão honesta e directa.

Sim, acho que tenho e sempre tive muita, mas muita paciência com as mulheres.

Que sempre foi infinita, para as mulheres que amei.

Mas todos temos limites na nossa capacidade para suportar a dor. E de sermos magoados. Só que, isto, talvez não tenha muito a ver com a paciência.

No entanto, hoje, não concebo seja o que for, que me possa magoar, nesse "departamento".

Porque as expectativas são diferentes, e a forma de amar, diferente. Nem melhor, nem pior. Simplesmente, diferente.

Por isso, a "paciência amorosa" ter-se-à, também, refinado. Há quem lhe chame "ternura". Ainda não fui a testes. E quem sou eu ...


Beijinhos.
TSuP

1:05 PM  
Blogger Unknown said...

TSUP, isto "capacidade para suportar a dor. E de sermos magoados." era a tua paciência? Ainda bem que a perdeste.

1:56 PM  
Anonymous Anonymous said...

A esta "Ternura" associo um Homem adjectivar uma Mulher com "Simpática"... ou seja, não me convence!

Bjos Valentina

3:43 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Meninas Yul e Valentina,

Vocês caiem em cima deste velho, pachorrento e paciente búfalo, como duas leoas sabidas. Lá se vai a veia jugular ...

Yul,

Para mim, os limites à capacidade de suportar a dor, é algo que, como indico no fim do parágrafo respectivo, "... talvez não tenha muito a ver com a paciência".

Rectifico. Entendo, como o sinto (o racional, aqui, não vale de muito, como de nada valerão as letras do dicionário) que são, de facto, coisas diferentes.

No amor, a paciência não se mede, nem se questiona. É inerente. Sempre o foi, pelo menos, comigo.

Já a dor, é sufocante, mata-nos o corpo, mata-nos o pensamento, pisa e destroi-nos por dentro. É um vómito.

Posso sofrer miserávelmente e, simultâneamente, manter uma paciência infinita. Coisas do amor. Claro, as meninas podem não concordar ...

E olhem, acho que, agora, até estou razoávelmene vacinado contra a dor. Sem que, simultâneamente, deixe de ser paciente. Vá, só me falta ouvi-las dizer que devo ter o coração empedernido. Mas não tenho. E com o tempo, tem morrido o medo de sofrer dessa da dor, porque já nada me magoará. Deve ser de algum relativismo traumático. Tudo o que vier, quando comparado, não dói nada. A tal diferença entre uma picadela da agulha e a amputação, a frio duma perna. Falar de paciência, neste contexto, enfim ...


Val,

Olha como o sinto. A ternura, quando grande, é quente, é boa, é uma paixão contida, longa, constante, latejante, que prolonga toda paciência até ao infinito. E nos faz ter um sorriso. "Simpática" a mulher por quem se sente isto? No mínimo, espero bem que sim. Pelo menos, comigo.


Beijinhos às duas.

6:18 PM  
Blogger C_de_Ciranda said...

Muito foi já dito e quase me arrependo de ter lido quaisquer comentários antes de te deixar umas palavras. Às tantas, parece que me roubam o sentido e, apesar de tudo dito, tudo me fica por dizer.

Há, no entanto, uma ideia que me martela o espírito e que parece esquecida e/ou marginalizada por quem te "bebe", Pai. Em relação a comportamentos juvenis, não serão bem piores os de filhos de pais inseparados que, apesar de juntos sob o mesmo tecto, se maltratam psicologicamente ano atrás de ano? Não serão essas repercussões muito mais pesadas no seu futuro e naquilo que dele farão um dia? Sei que sim…

Muito provavelmente será, de facto, melhor deixá-los exteriorizar sentimentos e purgar mágoas. É que, há coisas que, continuamente caladas, não matam mas moem…

E essa tua paciência extraordinária advém - com certeza - da experiência que, no fundo, é o que nos torna melhores pais, de dia para dia. São as lições da vida. Os tais "estalos". Há um para cada um de nós - pais e filhos. Resta saber se estamos dispostos a recebê-los.

Um beijo enorme e obrigada por mais uma lição de vida.

*** Ciranda

6:40 PM  
Blogger Unknown said...

TSUP e ama-se quem nos "mata o corpo"?

6:49 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Yul,

No "antes", Sim. Caso contrário, não me matava de dor, porque não haveria dor.

Agora, não, ou seja, acredito que posso amar, muito, e não sofrer dessa dor lancinante.

Talvez por aceitar e admitir, logo à partida, que, o que é mesmo muito bom, tão bom ou melhor do que antes, poderá terminar sem eu o desejar. O que, estranhamente, me liberta para poder amar mais e livremente. Sem medo. E me permite uma maior ternura, imune a atitudes e gestos e descargas que, no "antes", me magoariam, muito.

As porradas e a idade também ajudam.

7:10 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Ciranda,

Escreveste-o de forma tão sábia, sintética e acutilante.

De facto, há sempre "estalos" para todos. Pais e filhos.Que serão muito mais dolorosos, se resultarem de ambientes de repressão ou da recusa em se aprender com a vida e com a experiência.

Obrigado, Mãe Ciranda.

8:16 PM  
Blogger Mitsou said...

Não tenho filhos mas acompanhei o crescimento de dois enteados desde os 4 e 6 anos respectivamente. Hoje, já homens feitos, por vezes ainda acusam o pai de uma "ausência" que não corresponde, de todo, à verdade. Eu que o diga! Mas é a velha chantagem emocional que tão bem conhecemos. Um beijo de admiração, TsuP. E óptimo fim-de-semana, com paz e amor :)

12:07 AM  
Blogger Confessionário said...

Gosto tanto de te ler... e, às vezes, penso que deve ser bonito preocupar-se com um filho. Tenho vindo pouco. Venho bastas vezes, ms leio a correr. Hoje parei para te dizer que te admiro. Já sabias. Escreves mesmo bem... e sabes bem o que escreves...
Olha, e a propósito, começo a pensar que umas bofetadas não estavam mal.

12:43 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Padre,
Obrigado pela tua visita, e muito mais pelas tuas palavras, tão boas, muito boas.

10:42 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Mitsou,vizinha e amiga,
Obrigado pela tua visita, também aqui.
É verdade. Os filhotes gostam de "cobrar" cada coisa ... mas ainda não tinha imaginado que o quererão fazer até tão tarde ...
Beijinho bom de boas noites.
TSuP

10:44 AM  
Anonymous Anonymous said...

voltei atrás para dizer que gostei particularmente do "LEOAS sabidas"... clubismos à parte...

e como diria Garcia Marquez: "Ninguem merece as tuas lágrimas.. e quem as merece não te fará chorar".

Bjos meus, Valentina

10:50 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Val,

Obrigado. Gostei muito de teres referido o GGM ...

... "Ninguem merece as tuas lágrimas.. e quem as merece não te fará chorar" ...

11:22 AM  
Anonymous Anonymous said...

hey, como gostava de ser assim, firme e peremptório e não vacilar quando ele entra e vem com os jogos de manipulação tão vulgares numa pós separação...e se o papá dele fosse assim como tu, talvez nunca tivesse havido divorcio.Adorei ler o artigo Tsup. E como não passo de uma sentimentaloide, a ultima frase, acerca do perdão, o apelo dizendo que o amas e que lhe perdoas, que tente manipular-te nessas alturas, achei genial but it have breaked my heart...A mãe de um adolescente dificil.

11:30 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Nina,

Firme e peremptório gostava eu de ser.

Bom, mas cabeçadas, só gosto de dar uma vez. Embora só á segunda, pergunto porque o faço. À terceira, estudo o assunto. À quarta, já tenho mais equilíbrio para não cair do carrocel que o moço embala.

Como vês, sempre que o carrocel muda ... espalho-me ...!

3:04 PM  
Blogger AnaBond said...

O que se aprende ao vir ler os comentários... :)

Já agora... lá pra cima, quando falei em rancores não o quis dizer no verdadeiro sentido da palavra. É mais isso que depois explicaste.

E não acho que devas dar a conhercer num futuro próximo este teu lado... mas acho que um dia podes deixar este legado a eles.
Eu adoraria ler coisas escritas pelo meu pai... mas os tempos eram outros.


beijo. e continua a ser um grande pai como tens sido... sei que o vais fazer, sem que para isso tenhas de pensar muito.

12:42 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Abrigado, Ana Bond.
As tuas palavras dão-me sempre muito alento.
Mais uma vez, obrigado.

3:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

:|
Eu ja fui assim, como o teu filho...
Olhando pra trás, que palerma!
Mas os meus pais eram como tu, pacientes, pacientes, pacientes...
E agora...eu agradeço!!!
E já n consigo sair do ninho.
É que as relações fortalecem, quando antes nos compreenderam!

3:28 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

guevara,
Obrigado. É bom ouvir este lado.

8:54 PM  
Blogger PARTILHAS said...

Não sei bem, como é que vim aqui parar...
E estou dividida sobre o que penso, do que li...
Comoveu-me a dor que sentes... doeu-me a mim também... a tua dor... do tamanho com que a li!

Mas, indigna-me tamanhas faltas de respeito...

Tenho um menino com 3 anos e meio, que começa agora a ser mal educado... Não tenho a tua paciência... Se o pai dele, a tiver... não sei que adulto é que o meu filho vai ser... Porque vai experiênciar os extremos ao máximo.

Sabes, eu acho importante respeitarmos os sentimentos dos outros, mas não menos importante, Exigir, que respeitem os meus. Sejam eles, pais, mães, filhos, ou o que for... antes de sermos parentes, somos individuos com direito a sermos jovens e com a obrigação de sermos respeitadores.

E talvez eu esteja errada, mas quem diz quem veste o quê - no tom em que te li... - são os pais e não os filhos... - repito; no tom em que te li...

Desculpa o desabafo, mas não é birra, é mesmo falta de respeito... se calhar está a precisar de definir quem é, que é o pai e, quem é, que é o filho. E qual o limite entre um e outro. Que existe, tem de existir e quanto mais definido estiver, melhor para os dois!

Espero tão ser demasiado incisiva no meu comentário, ou ferir-te, mas para mim, é paciência a mais...

Energia Boa.
Bom fim de semana

4:48 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Partilhas, olá,
Não, não me feriste. Obrigado pelo teu excelente comentário.

7:19 PM  
Anonymous Anonymous said...

Concordo totalmente com a Partilhas ...

Mas . ..
Este Pai, é muito calmo, etc .. parece-me

E partilhas, a vida de Pai Divorciado, é muitas e muitas vezes, diferente ..

As crianças, ficam diferentes

tudo é diferente

Olha, tou a puxar a brasa à minha sardinha, mas acho que é legitimo, é tão diferente, que as crianças até podem ser espancadas, que os Pais Homens, praticamente naõ tem direitos nenhums,,
nem as crianças .. o que ainda é mais grave ..


Convém , pois, ter isso em conta .

No resto, concordo totalmente contigo, Partilhas
Estou a ensinar o meu filho (menos de 7 anos) , nos poucos dias que tenho com ele ( média de 3 por mês, actualmente ) isto

1- que o pai o ama . sempre
2- que o pai o adora, e quer estar com ele, sempre
3- que ele gosta do pai (também temos que ensinar, os pais divorciados ... não vá elas .. enfim ..
4- Mas que Pai, é Pai
5- e brincar, é Brincar, e coisas a sério são coisas a sério .

Um bon fim de semana, par todos

sim, Pai .. este fim de semana, ele também não o entregou .
Nada sei dele, se está bem, se não ..
Abreaaços

11:01 PM  
Blogger Avozinha said...

Calma, PAI, eles crescem...

11:33 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Olá,

"Pai .. de filho espancado"

Obrigado por teres aberto o meu livro. De onde não tiro certas coisas por que as pessoas não o compreendem.

Possa, tens razão, como amo este filho gajo - disse-lho no último sábado ao telefone. Telefonou-me, não para me pedir seja o que for, mas para me perguntar se estava bem.

É verdade, aprendi a ser um pai calmo. Mas se algum dos meus filhos for espancado, eu acho que vou preso ... não concebo que alguém lhes toque, nem que seja com um dedo ...

Um abraço grande.

8:34 AM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Avozinha,

Obrigado pelas tuas palavrinhas ... os gatitos são mesmo uma coisa ternurenta ...

8:36 AM  
Blogger PARTILHAS said...

Olá Novamente,

3 dias, por mês... pois é o mesmo tempo, que o Besnico está com o pai...
Eu acho, um horror. Gostava que o meu filho tivesse tempo de qualidade com o pai... e por maior boa vontade que haja... se 27 dias num mês com tão pouco tempo por dia... é pouco para ... 3 dias... não é nada!

Parece-me que o equilibrio - como em tudo na vida - é o mais dificil de atingir...

Há crianças, que chegam ao fim de semana com o pai e não querem ir...

Outras (como o meu), que pergunta todos os dias de manhã, se vai para o pai...

Não falo das primeiras... Mas, o meu precisa de muito mais pai... Penso Eu... Digo Eu... O Pai dele, acha, que as 36 horas de 15 em 15 dias, como são "tempo de qualidade", são suficientes...

Implicam, brincadeira e divertimento... Mas, não é só a brincadeira que é "qualidade"... Receio pelo tempo da exigência, eplo tempo de se falar a sério... e só se saber brincar...

Talvez receie sem razão

Obrigada pelo espaço de desabafo...

6:19 PM  
Blogger Tão só, um Pai said...

Partilhas,

também acho que é muito pouco tempo ... há coisas que não se conversam, não se brincam, mas mostram-se, estando, "representando" ... sendo observado e testemunhado.

8:54 AM  
Anonymous Anonymous said...

Keep up the good work Breastfeeding and hair loss

10:35 PM  

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