Monday, February 18, 2008

Agora, toma tu a bola.

Sorriu, não hesitou um segundo, "aproveita o momento, telefona-lhe já".


Andaram sem se falarem durante um tempos. Quando as coisas aquecem no tribunal, em casa, a visão e a justiça são unilaterais. A civilidade dá lugar ao insulto, digo-lhe adeus e afasto-me. Ficamos, assim, um mês ou dois. Depois, reencontramo-nos, eu tenho saudades, ele também, vemo-nos, abraçamo-nos.

O dia de aniversário marcou um novo reencontro. Foi o meu melhor dia de aniversário dos últimos 5 anos. Haviam cerca de 20 convidados. Para ser perfeito, só o seria com a presença física do meu pai e de mais 15 amigos e amigas do peito. Senti-lhes a falta, mas a casa e a minha capacidade de servir não dão para tanto.

À despedida pedi-lhe para me telefonar e combinarmos qualquer coisa. "Tu, agora, já andas, outra vez, ocupado. Telefona-me tu, quando tiveres tempo para mim". Fiquei estupefacto. Desde que completou os 18 anos, acabou unilateralmente com as visitas. Agora, achava que a existência de mais alguém se iria interpôr entre nós. Será que só o achou agora? No dia seguinte, confidenciei-o, a ela, o que ele me dissera. A sua resposta pronta fez-me pegar, de imediato, no telefone. Desde então, temo-nos visto e estado juntos mais vezes do que com a aplicação da regulação do poder paternal.

O que fazemos? Experimentamos comidas exóticas, vemos e discutimos filmes, bebemos um wiskyzinho, falamos de projectos e, quando ele o aborda, falamos da escola. Sim, é verdade, também falamos de mulheres e raparigas, de relações afectivas, de géneros musicais e concertos.

São momentos como estes que me fazem sentir que tudo valeu e valerá a pena. Depois deles, fica-me o sentimento de que, se morresse, o faria em paz, comigo e com o mundo.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home